Ato público chama a atenção para a promoção da igualdade racial em data alusiva à abolição da escravatura no Amazonas

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc),em parceria com movimentos afrodescendentes do Amazonas, comemorou dia 10 de julho, em Manaus, a Abolição da Escravatura no Estado do Amazonas -131 anos sem escravidão - com um ato público no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus, e entrega de diplomas a entidades que contribuem para a promoção da igualdade racial no Estado.

O evento iniciou com uma caminhada pacífica no entorno do Largo São Sebastião, que seguiu com palavras de ordem pedindo respeito ao povo negro e pelo fim do preconceito e discriminação racial. “Infelizmente o amazonense é um povo ainda preconceituoso, que fere a pessoa negra na sua integridade e discrimina por vários motivos, seja pela cor ou pela religião. Essa violência não pode mais acontecer, por isso, estamos aqui com mais esta ação contra o preconceito e pelo fortalecimento das entidades afrodescendentes que levantam a bandeira da paz”, desabafou a coordenadora da Articulação das Religiões de Matriz Africana (Aratrama), Nonata Corrêa.

A secretária da Sejusc, Graça Prola, foi homenageada pelos movimentos sociais por contribuir na luta pela igualdade racial e fim do preconceito racial. Ela disse que o evento comemorativo da libertação dos escravos negros há mais de cem anos também chama a atenção para a luta pela liberdade da negritude que ainda continua em pleno século 21. “Não existem mais grilhões de ferro, mas o preconceito e a discriminação raciais são formas de impedir que a pessoa goze de sua liberdade plenamente e com dignidade. O Governo do Estado está trabalhando em conjunto com os movimentos para que políticas públicas sejam implementadas imediatamente, inclusive essa ação é fruto da gerência de promoção da igualdade racial, criada há menos de um mês na Sejusc”.

Para o coordenador do Fórum de Políticas Públicas da Capoeira do Estado do Amazonas, Cristiano Corrêa, a causa pelo fim do preconceito pode ser fortalecida com a união mais efetiva entre poder público e os movimentos negros. “É um momento inédito. E é isso o que nós queremos: agir com o poder público em prol da população negra. Cada dia é uma batalha e com o apoio dos governos podemos fazer muito mais. A sociedade precisa se informar e se educar mais para que juntos vençamos o preconceito”.

Durante o ato, mostras da cultura negra foram apresentadas ao público como capoeira, tambor de crioulo, dança dos orixás, hip hop, entre outros.


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